segunda-feira, 24 de junho de 2013

Educar é viver

Educar não tem nada a ver com dinheiro. A vontade de investigar, de descobrir, de aprender (quando existe) independe das condições de infraestrutura, tem muito mais a ver com a Relação estabelecida entre pessoas (que nem sempre são professor e aluno). Mas estudar em nossa sociedade virou simplesmente uma questão mercadológica, para fazer um vestibular que exige mais memória e repetição do que criticidade e criatividade.

Estudar para aprender algo que alguém há muito tempo atrás disse que era necessário saber, desconsiderando os desejos, demandas e descobertas atuais, vai fazer sentido para quem? Pode até ser que existam coisas que todos nós devemos saber, mas o que sempre me quis fazer estudar não tem nada a ver com o que estava determinado previamente nos livros...

Dinheiro pra educação já não falta a algum tempo, não é com o Pré-Sal que as coisas vão mudar...

É preciso redescobrir o prazer que existe em descobrir o mundo que nos cerca. É preciso que as nossas diferenças (de história, de vida, de jeito de ser, de curiosidade, de potência) possam ser colocadas nas relações que tivermos, para que assim, nos tornemos ainda mais complexos... É preciso parar de nos colocarmos como vítimas e assumirmos as rédeas da nossa história, das nossas escolhas, da nossa profissão... Exercê-la não só como forma de garantir nosso sustento, mas considerando-nos parte do funcionamento da nossa sociedade (o difícil é que, na maioria dos casos, terminamos atuando não para garantir um bom funcionamento social, mas para alimentar os bolsos de uns poucos que se apropriam do que temos mais belo enquanto humanos: a capacidade de transformação do nosso meio, o nosso trabalho... E, dado o caráter inesgotável na busca por lucros pessoais, destrói a nossa vida e a natureza que nos dá a vida).

Não adianta colocar mais dinheiro na educação se ela continuar servindo apenas como prévia a um trabalho que tem o lucro (dos outros) como único sentido...

Acho sim, que educar tem relação com o direito à vida, de todos nós, e ai sim, acredito que a segurança está intrinsecamente ligada à educação. A segurança de nos reconhecermos como iguais e não como ameaça. A segurança de poder ir e vir. A segurança de ter onde morar, o que comer, de ser saudável e de ter boas relações. A segurança de poder descobrir e exercer o que se tem habilidade e o que se gosta de fazer.

Ai sim, a vida volta a ter sentido de ser vivida e reacende-se o desejo de que seja conhecida, descoberta e transformada.

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