A
vida tem momentos de calmaria, momentos em que as coisas fluem num
movimento contínuo e crescente. Mas, a vida é, acima de tudo,
cíclica. Tudo o que é, um dia nasceu e um dia há de ir. O
crescimento, a tomada de consciência, nos coloca um dos maiores
desafios: escolher mudar. Chega um ponto no nosso caminho em que,
para avançar, é preciso romper com antigos padrões. A tomada de
consciência exige a tomada de decisões sob o risco de, se estas não
acontecem, o que era movimento crescente se transforma em paralisia.
As grandes mudanças, as grandes passagens de Ciclo, geralmente são
precedidas de um pouco de instabilidade, confusão, tudo fica um
pouco fora do lugar. O que manter dos antigos padrões? Do que
precisamos nos desapegar? Teremos coragem de nos desapegar? Se a vida
fosse maniqueísta, o bom totalmente bom, o mal totalmente mal, fazer
escolhas seria muito simples. O desafio vem exatamente de que, a cada
escolha, se ganha e se perde algo. A incerteza do que virá a partir
de uma escolha, a previsão de um sofrimento seu ou de outrem,
reacende os aspectos positivos já conhecidos e encobre aqueles que
impulsionam a mudança. E então, duas opções: coragem pra enfrentar o desconhecido, com a esperança de que também há felicidade para além do arco-íris. Ou medo. Apego. E a acomodação se instala. E o incômodo
volta. E a escolha terá que pedir mais uma vez para ser escolhida.
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